Alçapão

Assunto: Alçapão Qua Nov 09, 2011 11:25 pm

Através dos séculos, Hogwarts vem escondendo segredos em cada andar do castelo, suas paredes gélidas e sem vida, são providas por molduras belíssimas que em suas telas abrigam personalidades famosas, embora esse contraste causado entre o concreto e o mágico se torne um enorme passa - tempo para seus admiradores, o que realmente intriga e aguça a curiosidade alheia são os diversos mistérios que correm por cada tijolo da construção, sombrios e obscuros. A escadaria também é cúmplice, cada parte do castelo interage de forma individual, mas visando um contexto global, pois as escadas que estão sempre pregando peças nos alunos e professores, fazem parte de um esquema tático, mal intencionado com o propósito de omitir certos segredos, a constante mania de trocar as posições e levar as pessoas de um lugar para o outro, mesmo contra vontade, proporciona uma sensação de agonia, quando é preciso chegar às pressas em determinado lugar e quando se trata do terceiro andar, elas se empenham em não deixar ninguém acessar determinado corredor. O que poucos sabem, é que neste corredor há uma porta de madeira, não similar as demais, que se difere por seus detalhes bruscos e mal desenhados, com uma maçaneta metálica semicircular, é omitida pela escuridão, pois a iluminação é precária uma vez que não há janelas, apenas duas tochas desprovidas de muito fogo. Passando pela porta, nota-se uma sala completamente vazia, com as extremidades cobertas por teias de aranha, possui uma janela retangular, mas os vitrais embaçados não permitem que raios solares adentrem no local, devido o acúmulo de poeira existente nos mesmos. O cheiro de pelo de animal molhado ficou preso ali, depois de anos sem limpeza e no centro, há uma pequena porta de madeira, a mesma situada no chão dá acesso ao alçapão do terceiro andar.

Não há qualquer meio seguro para chegar até o mesmo, apenas uma escada feita de corda e pedaços de madeira. A queda livre e certamente perigosa, mas não pelo fato de uma violenta colisão contra o chão e sim pela existência de Visgo do Diabo que se mistura a escada, não permitindo fácil acesso a mesma. A planta está por toda parte, bloqueando a passagem e o único meio de ter acesso e caindo nos tentáculos da mesma. Com o menor contato físico, o Visgo começa a abraçar sua vítima lentamente, o recomendado é deixar as coisas acontecerem naturalmente e não mover um músculo sequer, pois a cada movimento sendo ele o mais simples ou brusco possível, os tentáculos se entrelaçam ainda mais na vítima, podendo levar morte, os mais sábios, obviamente providos com varinhas mágicas, sabem o feitiço capaz de neutralizar a planta e assim ter um acesso menos doloroso ao alçapão, pois não há outra maneira de entrar ou sair. O clima do local é completamente frio, inóspito e seria totalmente inabitado se as aranhas não deixassem suas teias por todos os lados. Descendo alguns degraus bastante largos, há uma pequena sala circular com alguns vitrais embaçados e com alguns desenhos feitos no vidro. O teto é bastante alto, possibilitando que várias pequenas chaves aladas possam voar por ali, mas apenas uma para a porta que leva até outro cômodo presente no caminho. Todas voando, misturadas, se não fossem por uma pequena diferença. A que abre a porta é relativamente maior que as outras, assim como suas asinhas, quase transparentes. Uma vassoura fica apoiada na parede, o que indica que se alguém quiser passar, deverá saber montar numa e logo, tiver bons reflexos e agilidade para poder capturar a chave desejada.

Passando pela porta, existem outros degraus, mais ou menos dez, largos, que ocupam mais ou menos três passos de adultos que logo levam até um enorme quadrado, com piso quadriculado em preto e branco. Enormes peças de xadrez se erguem ali. Peões, rei, rainha, cavalos, torres e bispos organizados nas suas posições do xadrez. Peças pretas frente a frente com as brancas, que puxam suas espadas e armas se o jogador tentar passar para o outro lado, que passando por um ou dois metros, estarão posicionadas ali sete frascos com poções, na frente de uma enorme chama azul, claramente mágica. Deverá ser respondido um enigma, que dirá qual é o frasco com a poção necessária para se passar, e se obtiver sucesso, passará pelas chamas sem problema algum, que levará a um salão cercado por parede dos outros três lados. Um cubo com escadarias de mármore brotando das paredes, deixando o chão num piso inferior, também de mármore. A sala do espelho de Ojesed, que fica bem no meio. Um enorme espelho com moldura dourada, segurado por uma espécie de apoio, como se fosse um porta-retratos gigante, que mostra o maior desejo das pessoas, mesmo que aquilo não seja verdade, e que vinha enlouquecendo gerações e gerações, que acreditavam nas blasfêmias daquele antigo e misterioso artefato e se mantinham atadas a ele. Rodeado de perigos, mistérios, ambientes preenchidos de magia, recheados com uma dose de obscuridão e um ar que instiga aos espíritos mais aventureiros e corajosos a desvendar o que guarda cada um daqueles ambientes. Quem poderia imaginar que um simples alçapão poderia guiar a tamanhas surpresas?